PÓ DE VIDRO

Um blogue dedicado ao vitral e à fusão do vidro.

OLEANDER 8/25
Pate de Verre  –  Ø 15,24 cm  –  Preço aprox. 400,oo euros

Hoje, vamos mostrar os trabalhos em PATE DE VERRE de dois artistas americanos,
Hellen Abbott e Marc Leva.

Ellen e Marc, uma professora de artes e um habilidoso artesão, começaram a trabalhar juntos em 1976, quando montaram o seu atelier – Custom Etched Glass –, especializando-se na execução de painéis com intrincados e minuciosos desenhos, que, devido à sua elevada qualidade, rapidamente atrairam: a atenção das revistas especializadas e encomendas de todo o país.

A gravação a jacto de areia (sandblasting) e com ácido (etching) foram duas das técnicas utilizadas nessa época.

Nos anos 80. Começaram a interessar-se pelo casting. Iniciaram-se, integrando nos projectos que lhes encomendavam pequenas peças que produziam utilizando moldes comerciais. O seu empenho nesta técnica, rapidamente os levou para voos mais altos. Tinham encontrado um novo caminho.

Em 1994 começaram a explorar a difícil técnica do PATE DE VERRE, com moldes feitos pelo método da “cera perdida”. Uma vez mais a qualidade e o detalhe chamaram a atenção para as peças apresentadas.

Ellen e marc consideram estas verdadeiras obras de arte os seus “pequenos trabalhos” em contraponto com “os grandes trabalhos”, as encomendas de vidros foscados para edifícios públicos e residências.

Ellen Abbott e Marc Leva, vivem e trabalham em Houston, Texas.

Para verem como a Hellen e o Marc executam os seus trabalhos em PATE DE VERRE, clique aqui.


UMA BREVE HISTÓRIA DO PATE DE VERRE

PEDRA QUE FLUI, para os egípcios, ou PATE DE VERRE, nome atribuído pelos franceses no final do século XIX, é, pelo que sabemos hoje, uma das mais antigas formas conhecidas de trabalhar o vidro. Na antiga Mesopotâmia foram encontrados textos cuneiformes que remontam ao início do segundo milénio a.C. que descrevem detalhadamente este método.

O vidro sempre foi tratado como um material especial e avaliado conforme a aplicação ou utilização, como, por exemplo, na joalharia, escultura e outros objectos de arte. Devido ao tempo necessário para produzir uma peça, às técnicas envolvidas na preparação do molde e do vidro moído, o preenchimento do molde, a queima, a limpeza e o polimento, o vidro era, já na antiguidade, muito valorizado.

Os Mesopotâmicos são os primeiros a dominar as técnicas do vidro termoformado, seguindo-se rapidamente os egípcios que apuraram ainda mais o processo. Atingindo o seu apogeu entre 1500 a 1000 a.C. e entrando depois em declínio. No século IX a.C. artistas egípcios e assírios relançaram a arte do vidro, e nos séculos V e IV a.C. já se produziam na Pérsia requintados vasos de vidro feitos com a técnica da “cera perdida” – o mesmo método que utilizavam para os  trabalhos com metais preciosos. A partir daí a fusão do vidro desenvolveu-se extraordinariamente, surgindo, entre o século III a.C. e o I d.C., por todo o Médio Oriente, pequenas oficinas que produziram magníficas e exclusivas peças de vidro destinadas às classes mais abastadas da sociedade.

Com a introdução, pelos romanos, do vidro soprado, rapidamente os objectos de vidro se tornaram acessíveis a todos os extractos sociais, provocando o declínio das pequenas oficinas de termoformados.

A partir daí as técnicas de forno foram esmorecendo até ao seu renascimento na Europa, nos séculos XIX e XX. Este ressurgimento foi centrado em França e muito influenciado pelas descobertas arqueológicas que se fizeram no Egípto e outros países do Médio Oriente. As técnicas de forno intrigaram artistas como os franceses Henri Cros, Argy-Rousseau, Amalric Walter e Frederick Carder dos Estados Unidos que se interessaram pela beleza de vidro enquanto material. A revolução industrial ajudou, fornecendo melhor tecnologia de vazamento e acabamento. Infelizmente, com o início da Primeira Guerra Mundial, uma vez mais, as artes do vidro se desvaneceram.

Na segunda metade do século XX, apareceram inúmeros pequenos ateliers, integrados num movimento que ficou conhecido nos Estados Unidos como “The Studio Glass Movement”. O desenvolvimento na construção e manutenção de pequenos fornos e muflas, permitiu, pela segunda vez, uma autêntica explosão de criatividade. O vidro voltou a estar na moda, como peça de arte e de adorno.

A técnica do PATE DE VERRE continua, nos dias de hoje, a ser muito exigente e exclusiva, uma raridade no mundo das artes do vidro e, por isso, muito valorizada.



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